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Região Sul


Muitos segredos espreitam o maior trecho de terra do Continente rubro, muitos reinos, muitos temores, muitas lendas… dentre elas, essa é uma das mais famosas…

Um Bardo Qualquer guiado pelo canto do Rouxinol

“trecho canção da Queda!”


“… Erámos todos muito jovens quando a estrela violeta cruzou os céus… Estrela da violência sedenta de sangue ódio que atrai o mal… Levantando-se como início do fim… e naquela mesma noite… Enquanto os frios olhos me fitavam na escuridão… Penas Negras caiam acompanhando a chuva de sangue…”

 

Trovadores se encarregam de passar esses contos, para que a história não se perca, para que a dor e sofrimento daqueles não se diluam e mergulhem na obscuridade do tempo… Não está entendendo!? Então mais uma vez este bardo repetirá aquela triste história, quando o marco da época passada que resistiu por eras caiu em apenas uma noite…

                Aproxime-se da Fogueira e sente-se, essa é a passagem da ruína de Eadgar!

Luna dormia seu sono do ciclo e não compareceria no palco noturno ou talvez não quisesse presenciar os fatos que ocorreriam… Os pais colocavam suas crianças a dormir normalmente, como em qualquer outra noite… Primavera escura e silenciosa… Quieta demais… Tadewin espírito dos ventos não passará por aquelas terras… Talvez a quietude fosse apenas o prenúncio de uma tempestade, algo catastrófico aconteceria, sem dúvidas, mas, infelizmente os humanos não conseguem ouvir esses sutis avisos sem palavras dados pela natureza…

Então quando todos repousavam, um brilho violeta surge no céu, primeiramente como um pequeno ponto de luz, que pouco se distinguia das outras estrelas em seu entorno, mas, bastaram alguns segundos para que aquele insignificante ponto envolvesse a noite em sua luz cadavérica, tão monstruosamente se aproximava que parecia o próprio sol a despencar…

Sua presença foi notada tardiamente, o que fora a última visão de muitos, um feixe de luz que descia rasgando o firmamento e soando como um grito de dor que corta a garganta ao sair das entranhas!

O choque daquilo com o solo parecia que o próprio mundo estava se partindo e esmigalhando, das residências que estavam em seu trajeto, nada além do pó restou, das construções em volta, bastou o ar e as rajadas de vento para que se esmigalhasse e por fim, para as construções mais distantes, a nuvem de poeira nublava a visão encobrindo o perigo…

Para aqueles que sobreviveram a esse primeiro impacto podiam até se achar com sorte por ainda viverem, e deram graças aos Deuses pelo fato… ”Naquele momento não havia nada e nem ninguém olhando por aquelas pessoas”… Sortudas foram aquelas que morreram envolvidas em seu sono, estes foram poupados do verdadeiro horror!

Quando a nuvem de poeira começara a repousar pouco a pouco, o estado de destruição era revelado, estilhaços das casas, pedaços de corpos… “Conhecidos, desconhecidos não dava pra saber… A visão era assustadora e perturbadora!”.

Mas sempre pode ficar pior… Quando pouco a pouco, as pessoas que ainda conseguiam caminhar e não estavam tão feridas foram se aproximando do centro do impacto. Levados por sua curiosidade a nuvem de poeira ainda não permitiria esses olhares curiosos adentrarem, no entanto, era possível ouvir alguma coisa… Primeiramente alguns ruídos incompreensíveis… Seguidos de grunhidos… E quando se percebeu que o que lá havia não era humano já era muito tarde…

Dentro da Cratera criaturas negras, como se constituídas por um liquido grosso e fétido foram tomando uma forma, seus olhos eram dois pontos luminosos que partilhavam da mesma luz violeta, e subitamente elas emergiram do buraco, quase como uma força torrencial de liquido negro… Tais seres não mantinham uma forma concreta, se distorcendo e mudando, abrindo bocas por entre aquele corpo liquefeito, rosnando, grunhido coisas incompreensíveis, a mera visão daqueles seres era aterrorizante e faria a pior das Bestas de qualquer conto ou história torna-se meramente comum.

O desespero tomou o coração daquele povo sem salvação, estes fugiram em disparado por suas vidas, mas, de nada adiantou. Todos! Todos pereceram, um a um, cada morador de Eadgar foi arrastado à cratera pelos monstros, e de fora era possível escutar o som do mastigar da carne, do quebrar de ossos, e os gritos desesperados para que alguém, qualquer um ajudasse…

Gritos ao vento… Que ninguém quis atender…

Em poucos instantes as criaturas devoraram a vida em Eadgar… Não muito tarde após o ataque das criaturas, uma silhueta parcialmente humana, emergira da cratera também, com longos cabelos loiros esvoaçados e portando uma grande arma, uma lança que parecia tocar os céus… Das costas daquele ser minava um sangue escuro, igual o liquido que compunha as criaturas disformes, ossos e pele saltavam, como se o corpo tivesse sido quebrado e estivesse regenerando-se… O olhar frio daquele ser emanava o mesmo brilho, e tinha uma atmosfera de morte eminente… Quando aquele ser ergueu a lança, os céus responderam ao gesto, e desabou em uma tempestade, cujo os pingos eram negros e o cheiro de carne podre misturava-se com o odor de sangue fresco dos vitimados de Eadgar, o ar estava completamente impregnado…

E por alguns instantes era possível vislumbrar penas negras que caiam ao solo acompanhando a chuva de sangue…

 

                Se ninguém sobreviveu como eu sei como aconteceu!? Ah! Isso é uma outra história meu caro! Há! Há! Há! Deixemos outros segredos para outros momentos…

 
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Publicado por em Novembro 5, 2011 em Continente Rubro

 

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